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Encontrar um advogado é fácil. Existem pelo menos 600.000 deles atuando no país. Difícil é achar o profissional certo para sua causa. Um erro na escolha pode significar prejuízos e muita dor de cabeça. Também é preciso cuidado para que o valor dos honorários não seja maior que um eventual ganho nos tribunais. Como acontece na contratação de outros tipos de serviço, cabe ao cliente selecionar o profissional e acompanhar o trabalho que ele vai realizar. Mas o mundo jurídico é complexo e envolve conhecimentos sobre uma infinidade de assuntos, o que deixa o cliente nas mãos de seu eleito. Para ajudar quem se encontra diante dessa dificuldade ou desconfia que fez a opção errada, o advogado Ernesto Lippmann, com 36 anos de idade e catorze de carreira, pós-graduado pela USP, entrevistou dezenas de colegas de profissão e escreveu o livro Defenda Direito Seus Direitos – Escolha Bem Seu Advogado (Cultura Editores Associados). Trata-se de um guia para que os clientes possam assegurar seus direitos da melhor forma, auxiliados pelo especialista e sabendo colaborar com ele. Segundo o autor, ter razão, apenas, não basta. Para se defender é essencial contar com um profissional competente, coisa que só um diploma não garante. Veja a seguir algumas considerações do autor sobre como escolher o aliado certo para enfrentar questões judiciais.

 O conhecido do conhecido – O melhor caminho é a recomendação. Pode ser um amigo que já teve um problema judicial e foi bem-sucedido. Além disso, é bom perguntar a ele se recebeu bom atendimento e se o preço cobrado foi o combinado. E também se o advogado explicou o problema de maneira compreensível e o manteve informado sobre o andamento do processo. Mas isso não é suficiente se o profissional não for especialista no tipo de problema que você enfrenta. Não leve em conta os que anunciam, pois a publicidade é proibida pelo estatuto da Ordem dos Advogados. Evite também aqueles que se apresentam como especialistas em todas as áreas do direito e os que acumulam outras funções, como a de contador, corretor de imóveis ou de seguros. Ninguém pode ser tão versátil. Também é bom ter cuidado com advogados que criam associações de vítimas de empresas ou ramo de atividades, como consórcios.

 A primeira entrevista – Um telefonema antes de ir ao escritório ajuda a obter a primeira impressão. Fale em linhas gerais sobre o processo, sem mencionar outras partes envolvidas. Se tiver boa impressão, marque a primeira consulta e pergunte se terá de pagar por ela. Observe se o ambiente é organizado. Não ser atendido na hora combinada é mau sinal. Administrar bem o tempo é fundamental em processos judiciais, que envolvem prazos. Verifique se não existe algum conflito de interesses entre seu caso e os principais clientes do profissional. Para discutir uma dívida com um banco, convém não contratar um escritório que defenda uma financeira. Isso não é antiético, mas haverá choque de motivações.

 Organize suas informações – Prepare um histórico de seu caso expondo os principais fatos, suas reivindicações e uma lista com os dados das partes e testemunhas. Uma pasta organizada e bem documentada acelera o trabalho do advogado. É importante ter claro qual é seu objetivo. Você quer mesmo sustentar um processo ou aceita um bom acordo?

 A primeira impressão – Muitas vezes, quem atende o cliente nos grandes escritórios não é a mesma pessoa que cuidará dos processos. Existe sempre um profissional simpático e persuasivo que tem a missão de fazer com que o escritório seja contratado. Depois disso alguém será escolhido para levar adiante o processo. É essa pessoa que você precisa conhecer. A faculdade em que ela se formou é uma referência, mas não o fator principal para a escolha. Observe se é atualizada, se tem entusiasmo e se é perseverante. Veja se demonstra interesse pela causa, se ouve o que você diz e se faz perguntas que levam a respostas importantes. Peça para ver algum processo semelhante ao seu e observe a apresentação do trabalho. Nem sempre um processo com boa aparência é tecnicamente bom, mas o desleixo é um péssimo sinal.

 A importância da simpatia – O advogado simpático é sempre atendido com boa vontade por todos, desde os funcionários do cartório até o juiz. Cuidado com aqueles que tratam os próprios funcionários com arrogância. Isso pode prejudicar o andamento de sua ação. Existem casos em que o profissional precisa ser brigão e durão. “Mulheres que saem magoadas do casamento, pais que perdem um filho por erro médico ou empregados demitidos depois de uma vida dedicada à empresa, por exemplo, devem procurar um daqueles advogados que sabem tornar cada audiência um inferno”, exemplifica Ernesto Lippmann.

 

Chegou a hora de procurar outro profissional quando o seu…sacou dinheiro, o depósito judicial ou fez acordo sem avisar
Nesses casos, a confiança está quebrada. A saída é procurar um que o defenda também dele…perde prazo importante no processo
Contestação, apelação e outras providências são importantes. Quem perde prazo pode perder o processo

…insiste em fazer acordo por qualquer valor
Se ele não considera sua razão na demanda, desconfie. O advogado pode estar precisando de dinheiro

…deixa de acreditar em sua causa
Se ele não está convencido, jamais conseguirá persuadir
o juiz. Desconfie de comentários do tipo “A Justiça é assim mesmo”

…relacionamento com ele se deteriorou
Isso ocorre quando cliente e advogado discutem asperamente. Depois disso, o profissional poderá perder o entusiasmo

…pede acréscimo nos honorários
O pedido deve ser bem explicado. Se o processo tem desdobramentos inesperados, o advogado está certo em pedir mais pelo trabalho

 

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